quarta-feira, 4 de junho de 2014

Um envelope e um poema // Koverto kaj poemo

Um velho envelope endereçado à mim e um poema ...
"Querido...
Há meses
com inusitada frequência
não me deixa o carteiro cartas tuas.
Será amnésia de homem
ou talvez as empilhe
em um canto limpo
de seu quarto de solteiro
solteirão
e em algum dia me traga
numa fita azul
todas juntas
como um banquete
para o esquecido faminto
que se pode imaginar
desde agora
uma clara catarata
de ternuras e recordações."


Malnova koverto adresita al mi kaj poemo ... 

"Kara ... 
monatoj 
kun nekutima frekvenco 
la poŝtisto ne portas al mi viajn leterojn. 
Ĉu vira amnezio via,
aŭ ĉu vi ilin amasigas
en pura angulo de via 
 ĉambro de fraŭlo?
Kaj iam alportos ilin al mi 
ligitaj per blua rubando 
ĉiuj kune...
Kaj mi, via malsata kaj 
forgesita amiko, de vi,
kiel festeno 
ilin mi avide manĝos
 tenere kaj 
memore."

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