domingo, 14 de maio de 2017

DOMINGO, DIA DAS MÃES.

FALANDO À MORTE
(minha crônica verdadeira sobre este dia )
Talvez por ser hoje um domingo consagrado comercialmente às mães, minha memória me traz algo da minha infância/adolescência.  Engraçado é que certa vez minha mãe, (que não gostava nem um pouquinho desta data),  disse que meu pai estava falando tão alto que ela já não sabia o que pensaria sobre mim, pois Xicoburi ainda guri/adolescente nunca dizia nada sobre os meus próprios pensamentos.  Acho que minha mãe, portanto, não estava satisfeita com qualquer um de nós dois; nem com meu pai que era tagarela nem comigo que era introvertido.  Agora entendo que minha mãe simplesmente queria ter uma visão sobre nossas mentes sem muita vibração e imaginação... Acho que minha mãe simplesmente desejava que tanto meu pai, seu esposo, falador explosivo e compulsivo quanto xicoburi, seu filho, fossemos pessoas, vamos dizer assim, normais! Agora entendo o que minha mãe “passou” com seu marido, meu pai tagarela e seu filho/xicoburi caladão. Mas, por outro lado, minha mãe poderia estar contente com os dois extremos que tinha na  família... sei lá!  Quem sabe minha mãe somente desejasse que xicoburi fosse a mistura de ambos: dela própria que balbuciava e nunca gritava e de seu marido/meu pai que falava aos gritos... Posso lembrar muito bem um dia que ela me perguntou: Quando você vai gritar como teu pai? Falar aos berros como teu pai? Você fala para você mesmo... você nunca grita? O que tem de errado com você, às vezes isso é bom!”
 Muitas vezes xicoburi ouvi pessoas que balbuciam, só que sem qualquer substância. Minha mãe era uma dessas pessoas. Falava num tom muito baixo... quase no sussurro! E que foi provavelmente por isso que xicoburi escolhi para ficar quieto em meu lugar. Xicoburi simplesmente não queria que ela, minha mãe, balbuciasse algo para mim e nem que meu pai tagarelasse alto sobre o que xicoburi tinha dito tão baixo... Minha mãe morreu muito cedo, próximo dos quarenta anos de idade e poucos dias antes de sua morte, ela deitada, minha mãe gritou comigo da maneira que sempre gritava... sussurrando;  tive que chegar bem próximo do corpo dela para ouvir o que ela estava me dizendo aos gritos! “obedeça sempre ao teu pai... tchau! Sai do quarto!” Nesse mesmo dia meu pai  falou também comigo... no mesmo tom de sempre, aos gritos: “saia do quarto agora, tua mãe precisa descansar!”  Pouco tempo depois, não muitos dias, minha mãe nunca mais gritou balbuciando comigo...nem meu pai gritava mais! Agora entendo o quanto me ensinaram... cada um com seu tom de voz tão diferenciados.
Só para xicoburi saber mais sobre o jogo político. Os políticos são muitas vezes tão faladores.  Mas xicoburi fico pensando no quanto de suas afirmações são verdadeiras? E sobre o que eles estão silenciando?  Será que quando estão em silencio, estarão "gritando" em voz baixa o quanto eles precisam de nós, nós deles, eles do nosso país o tanto quanto precisamos? Será que eles gritando num palanque estão mesmo dizendo a verdade, o que em voz baixa escondem? Gritam hoje, como poderia funcionar melhor o nosso país no futuro e reduzem o tom da voz quando tentam explicar que falharam com suas ideias? 
Eles simplesmente tagarelam e desvalorizam a  nós que somos seus ouvintes. Eles preferem excluir sempre em voz baixa, do que incluir. Quando os políticos falam, eles usam argumentos que muitas vezes não são baseadas em fatos e muitas vezes gritam as mentiras que são tecidas em suas conversas sussurradas, às escondidas. Xicoburi já percebeu como é quase sempre tão raro que eles tenham algo novo a dizer para nós.  Xicoburi acho estranho que eles pensem que nós queremos ouvi-los e confiar neles, quando nos tratam como se fossemos pessoas “burrinhas”, com menos conhecimento do que eles.  Xicoburi acho também que eles, os políticos parecem acreditar que nós engolimos todos os disparates que dizem e que levamos todas suas chumbadas a sério.  Incrível! Mas me parece que é por isso que os políticos fazem discursos em voz tão alta  e depois de eleitos...somente sussurram!
Mas xicoburi ainda acho mais uma coisa: Que os políticos conseguem de qualquer maneira com seus gritos ou sussurros, semear a discórdia e fazer no futuro que nós não acreditemos no motivo  que os outros  políticos venham aos palanques  para fazer seus comícios aos gritos...
Xicoburi já guri/adolescente não tinha confiança nos balbucios da minha mãe ou nas falas berradas do meu pai. Então, por que  xicoburi deveria ter confiança nas autoproclamadas elites, ou nos nossos políticos? Pois para mim, xicoburi, os políticos de hoje preferem mil vezes matar os seus adversários aos gritos do que apresentar propostas descentes para o progresso do país e bem-estar do nosso povo... aos sussurros!

🙌(xicoburi....noooosssaaa! mas que textão! Obrigado por ter lido com muita paciência  e resignação até aqui!)🙏

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